quinta-feira, 28 de agosto de 2014

PÁTRIA

  Estas reminiscências do magno dia, são instrutivas: elas têm uma filosofia prática mais fortemente acentuada que as exortações dos moralistas. Entre os delírios que circundavam o carro da Regente, em 1888, e o soturno embarque no cais do Pharoux, antes do alvorecer do 17 de novembro, há uma lição da instabilidade das coisas humanas, uma dolorosa evidência do nada que somos. Ovações, e protestos, discursos, poesias, palmas, flores, dedicações juradas, hinos, aclamações tudo como por encanto desapareceu; e de tanto só restou, na escuridão da noite fatal, a esteira fosforeante da lancha em que de vez se alongava Pedro II, com os seus. De pé na plaga, só um vulto ficou, imóvel, e que até hoje assim se conserva. Chamam-lhe Saudade, mas é a justiça da História, que incoercível desdenha as brutezas da tirania e os engodos da corrupção. Deixai-me dar uma voz a essa Justiça, que emudeceu dolorida: Benditas, benditas as mãos que em nossa pátria espedaçaram os últimos grilhões do cativeiro! "

Carlos de Laet - Frases de Carlos de Laet



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